Era inevitável o clima tenso no Centro da cidade, ontem, principalmente no trecho compreendido entre a Travessa Ferreira Santos, onde se situa a sede da prefeitura e o início da Rua Raul Soares. Muitos manifestantes se reuniam, desde a manhã, aguardando os acontecimentos.
Havia a expectativa da chegada do vice-prefeito Aluisio Palhares, empossado na noite anterior no cargo de chefe do executivo, em vista da decisão da Câmara. Forte esquema de segurança, com policiais militares estava pronto a agir em caso de confronto entre os manifestantes. Alguns vereadores e correligionários aguardavam a chegada de Aluisio, o que aconteceu por volta de 9h, e ele chegou acompanhado de advogados, cumprimentou os presentes e seguiu para uma reunião fechada na Câmara, no entanto, saiu sem conversar com a imprensa.
MANIFESTAÇÃO
Fortaleceram-se os comentários de que João Bosco estava munido de uma liminar e retornaria para a prefeitura ainda naquela manhã. O procurador-geral do município, Salatiel Ferreira Lúcio esclareceu que havia entrado com o mandado de segurança ontem no TJ. “O mesmo fato que está acontecendo aqui, ocorre em Teresópolis; tem que cumprir a lei, a ordem da Câmara é sem fundamento legal”, reiterava.
O movimento no local aumentou consideravelmente, em manifestação do povo que gritava pelas ruas o nome do prefeito João Bosco querendo sua volta e a cassação do vereador Tomé Lucas, envolvido no escândalo da oficina. Carregavam cartazes com dizeres como: “O povo unido jamais será vencido”, um deles, o Irmão Juarez, conhecido como “Taka Pedra”, estava nas ruas anunciando a volta do prefeito.
NOS BRAÇOS DO POVO
O prefeito João Bosco Pessine, ao chegar à prefeitura na tarde de ontem, foi recebido de forma especial. Centenas de populares e a equipe de governo aguardavam a sua chegada, demonstrando apoio e a revolta com o que chamam de “perseguição política” que o chefe do executivo vem sofrendo desde que assumiu a administração do município em 2009.
Ao som do hino nacional brasileiro e com grande euforia, João Bosco Pessine foi carregado pelo povo e acompanhado de secretários, ele estava calçado de sandálias havaianas como forma de demonstrar humildade, segundo sua assessoria. Palavras de ordem eram gritadas e cartazes expressavam o sentimento da população: “Querem calar a voz do povo”, “ O povo colocou, só o povo pode tirar”, “O prefeito que faz pelos humildes sofre perseguição da elite”, eram algumas das frases dos cartazes.
Maria Conceição Vieira fez questão de manifestar sua indignação, de que “vereador tem que ser cassado, eles que agem irregularmente, não fazem nada e atrapalham o trabalho do prefeito”, em alusão ao caso envolvendo o vereador Tomé Lucas.
Dona Maria Helena, moradora do bairro Santa Cruz, defendeu o prefeito, “isso é politicagem! Eles não aceitam que o prefeito João Bosco está fazendo um bom governo e querem impedir que ele continue governando para os mais humildes”, disse
Dona Maria Aparecida de Oliveira, moradora do bairro Santo Antônio, disse que João Bosco está sendo injustiçado e perseguido: “Ele é o prefeito dos humildes e não querem deixar ele trabalhar. Querem voltar com o governo da elite que só faz obras no centro da cidade, mas Deus está conosco e João Bosco está de volta”, concluiu.
Em um gesto de agradecimento, João Bosco, ainda na porta do gabinete, no meio da multidão discursou. “Agradeço as manifestações de carinho e apoio que estou recebendo e quero aqui reafirmar o meu compromisso com a população. Continuaremos trabalhando incansavelmente por uma cidade mais justa e mais humana. Vamos voltar ao trabalho e continuar fazendo a Caratinga que o povo quer, com as mudanças que vocês me confiaram”, falou.
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